INVASÃO BIOLÓGICA NO SÃO FRANCISCO MEXILHÃO-DOURADO, MAS QUE "PESTE" É ESSA?
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Resumo
Os impactos deletérios resultantes da bioinvasão do mexilhão-dourado, Limnoperna fortunei (Dunker, 1857), são bem conhecidos, principalmente em uma perspectiva macro, envolvendo segmentos socioeconômicos como geração de energia hidrelétrica, irrigação, adução, distribuição de água e aquicultura. No entanto, a forma como as comunidades tradicionais suportam o peso dos efeitos negativos ecossistêmicos, em ambientes de água doce, carece de uma compreensão mais profunda, relacionada com as especificidades e vulnerabilidades locais. As ações ocorreram no município de Piranhas-AL e visaram promover a troca de experiências sobre os problemas socioeconômicos e ambientais relacionados à bioinvasão do mexilhão-dourado, na bacia do Baixo São Francisco e adjacências, por meio de palestras e visitas de campo em escolas, restaurante, setor produtivo de pescados e comunidades tradicionais de pescadores profissionais, com enfoque modulado de acordo com a natureza do conhecimento preexistente, sondado em cada público por meio de questionamentos sobre a problemática da invasão do mexilhão-dourado. A diagramação de um folheto contendo informações básicas sobre a espécie fez parte do plano da ação e a troca de conhecimentos mostrou-se proveitosa e marcante. No setor produtivo do pescado, a apreciação de informações espaço temporal sobre os impactos econômicos causados pelo invasor biológico mostrou a dimensão macro dos impactos, enquanto, junto aos pescadores profissionais, dentro de seu notório conhecimento, levantaram-se informações etnobiológicas, que expandiram o entendimento de como a atividade pesqueira profissional e correlatas, como navegação, estão sendo prejudicadas pela atividade bioincrustante, subsidiando a implementação de projetos específicos para esse público, posteriormente.
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